Tem dias que dói mais, outros, bem pouco. Mas ainda não houve um sequer em que não doesse. Me pergunto se a dor é por saber que a culpa é minha ou se é só por não ser sua mais. E pior ainda, é quando percebo que todo esse sofrimento era inevitável, necessário. Lembro de tudo, cada detalhe e sempre que vou me deitar, essas lembranças vem me torturar, de forma tão real que é como se sentisse sua mão na minha, o calor do seu abraço, coisas que antes eram tão naturais e hoje são tudo que me resta de você, e é nelas que eu me agarro, com todas as forças, como numa tentativa de te segurar aqui, mesmo sem nem sequer te ter aqui. E assim nós seguimos, você tentando entender minhas explosões emocionais e eu tentando suprir a falta que me faz. No começo, trazer de volta os motivos que usei para justificar minha impulsividade me ajudava a entender mas, até isso perdeu o poder sobre mim. A verdade, é que eu deixei que meu orgulho assumisse o controle de mim e em fração de segundos ele consegui...
"Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu. Estou hoje dividido entre a lealdade que devo À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora, E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro." Fernando Pessoa