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O conjunto do que o amor nos faz

Quem somos nós? As memórias do que vivemos, o medo do que ainda não conhecemos ou a certeza do que já conquistamos? Como conseguimos ser tantos dentro de um só desenho? Como uma carcaça contaminada e moribunda carrega dentro de si tanta vida e a alma de alguém que nunca vai morrer? Pq no fundo é isso. Não somos como nos parecemos. Não somos quem dizemos ou desenhamos ser. Somos o invisível. O abstrato. O paladar que anseia pelo doce e abomina o azedo. O ouvido que assim como o resto do corpo foi crescendo de gosto e desobedeceu a si mesmo tantas vezes. Ouviu o rock mas sussurrou um axe. Se entregou ao punk, mas chorou com sertanejo. Decorou o rap mas se pegou destruído, assobiando um pagode. Somos por fim a descoberta de que sempre estávamos errados? Ou apenas um labirinto que de começo parece rápido de desvendar? Um caminho sinuoso que pensamos ser fortes o suficiente pra trilhar sozinhos. Ingênuos batendo nos próprios peitos bravejando nossos currículos extensos. Como se os...